quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Vai passar

Boa tarde caros leitores. Nesses últimos dias as minhas postagens estão um pouco mais melodramáticas e chorosas do que o normal. É que tenho passado os momentos mais sombrios e dolorosos da minha vida. Nunca me permitir sofrer tamanha dor por amar alguém. Talvez isso que sinto nem se compare ao que senti ao ver Andrêina indo embora pra Monteiro. Sei que é tolice e que tudo isso vai passar, como das outras vezes, mas não me canso de pensar como isso tudo seria mais fácil e diferente se eu tivesse pensando melhor e fugido enquanto havia possibilidade.
Nunca me permiti se jogar do penhasco do relacionamento amoroso. Sempre fui "gato escaldado" e sempre retrai meu orgulho e meu narcisismo, amando apenas meu retrato no espelho. De repente aparece ele, que veio quebrando todos os conceitos e preconceitos que eu tinha. Mostrando-me que eu podia confiar em alguém a ponto de me lançar nesse mar de sentimentos. Fazendo-me vulnerável e permissível ao amor. A amar e ser amado. A me entregar sem medo à felicidade. Hoje me sinto enganado.
 Acredito que o problema foi enxergar nele o amor que nunca existiu e se existiu foi passageiro. Eu estava num momento de fraqueza e fragilidade e dei abertura pra brincarem com meus sentimentos. Doce ilusão a minha. Achar que era real. Que realmente seria pra sempre. Que nada poderia destruir nossos sentimentos um pelo outro. Que por maior que fossem as dificuldades, estaríamos passando juntos. Infelizmente só eu pensei assim. :/
O que me consola é saber que eu fiz o que eu pude e até o que não pude eu tentei fazer para dar certo. Esse peso eu não levo nas costas. Hoje estamos separados e por mais que eu o queira de volta percebo que o melhor a se fazer é seguir em frente. Virar a página e continuar minha caminhada. Permitir-me a ser feliz. Na verdade eu não sei se estamos juntos ou não. Apenas nos separamos sem muitas explicações para "avaliação" do relacionamento. Mas pelo que as pessoas me contam, pelas atitudes, o que realmente ele quer é liberdade. E se depender de mim, terá. Não vou atrás (mesmo querendo). Não vou parar e esperar algo incerto. Da mesma maneira que não fui atrás dele no começo. Quem está se "fudendo" emocionalmente sou eu. Se têm alguém aqui que precisa se encontrar e reconquista, esse alguém não sou eu.
Fui muito feliz ao lado dele, mas hoje percebo o quanto ele era infeliz ao meu lado. E enquanto eu choro e grito aos quatro cantos o quanto estou sofrendo, ele simplesmente mostra que está bem (e muito bem). Enquanto eu tinha planos pra nós dois, hoje ele faz planos pra ele. Não deixa de está certo, mas me dói. Dói saber que ele quer passar as férias sem mim. Dói saber que ele quer passar Réveillon longe de mim. Dói! Mas ao mesmo tempo me mostra o quanto sou besta. Enquanto eu ainda vejo uma possibilidade, ele só quer fechar a porta.
Se me perguntar se o quero de volta, responderei que SIM, com todas as minhas forças. Mas não desse jeito. Não quero alguém que não me quer. O amo de mais, mas isso não basta. Darei tempo ao tempo. Não tenho forças psicológicas pra está com outra pessoa, mas também não fecharei a porta. Vou me permitir. E o que tiver de ser, será. Enquanto isso eu vou desabafando minha dor na esperança que hoje a noite vou conseguir dormir.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Ainda assim acreditarei.

Meu castelinho de areia o mar tá derrubando a cada batida do meu peito. Isso tudo vai acabar? Parece que foi ontem que estava tudo bem. Isso não faz nenhum sentido. Guardar rancor, brigas só deixam marcas que o tempo não pode apagar. O pior de tudo é esse silêncio amargo que me devora a alma. Não sei ficar parado olhando o mundo ao meu redor desmoronando. Gosto de soluções ágeis e práticas. Ou é sim ou é não. Quando se envolve sentimentos de outro, não existe “não sei”, “talvez”. Ou você sabe o que quer ou você não quer. É atormentador e hipotente não saber o que o futuro me reserva. Se for pra chorar que seja de uma vez. Se vai sangrar, que atravesse logo a espada. É cruel sentir aos poucos a dor de o ver partir. Como diz a canção: “te ter e ter que esquecer é insuportável, é dor incrível.” Sei que “tout passe” e que isso também passará, mas ter consciência disso não anula a dor no peito. Talvez meu erro seja acreditar demais no amor. No meu amor. No amor de quem dou amor. Meu erro talvez seja fechar os olhos e me jogar. Ou não! Talvez eu esteja certo, com alguém errado. Então por que insistir? Não sei responder. Só sei que o quero. Pois dói muito mais não tê-lo. Talvez essa dor que sinto hoje seja “amadurecimento”. Crescer dói e muito. Há quem me lembre de minhas murmurações na pré-adolescência sobre dores no corpo. As famosas “dores do crescimento”. São só etapas de nossa vida que querendo ou não todos passam. Posso até evitar essa dor agora, mas um dia ela vai chegar com essa ou com outra pessoa. Não é mudando de relacionamento que vou resolver o problema, é mudando meu comportamento a solução. Não existe ninguém perfeito pra ninguém. Não existe “a pessoa certa”. O que existe é maleabilidade mútua. As peças precisam de encaixe e tratando-se de amor nada se encaixa perfeitamente. Há sempre áreas do relacionamento que precisam ser podadas, limadas para poder se encaixar. Outras nem tanto, mas haverá sempre arestas que precisam ser moldadas. Por essa razão não quero soluções paliativas. Não quero impedir meu crescimento como “gente”. Correr, cair fora, acabar é fugir da dor do amadurecimento. Não é mudando de relacionamento que vou encontrar encaixe perfeito. Quero ter resiliência suficiente para suportar e contar um dia aos meus filhos e netos que se tratando de amor, nunca vai ser fácil, mas não é impossível. Porém, se nada der certo, ainda assim acreditarei no amor.

(Texto escrito dia 10/maio/2014)