terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Não desista. Vença!

O segredo da felicidade é nunca desistir dos sonhos e ir a luta. Nunca escutei que um vencedor desistiu no meio do caminho. Assim é a vida. Ir atrás daquilo que deseja é sem dúvida um desafio mútuo que deve ser praticado. Lógico que se tratando de amor, relacionamentos, nem sempre a vitória é um final feliz, mas lutar até o fim te da uma certeza de vitória, mesmo perdendo. 
Esses últimos dias tenho lutado comigo mesmo pra me fazer e me sentir feliz. O primeiro passo dessa caminhada foi reconhecer que eu posso e sou feliz por si só. Que o companheiro será um complemento a esta felicidade e não a razão dela.
Após reconhecer isso fui entender o que realmente eu queria. E eu quero ser feliz. Com ele, sem ele, eu quero ser feliz. 

Estar ao lado dele me renova as energias, me faz viver. Ele é o encaixe que faz o motor da minha alma chegar aos 250 Km/h. Mas isso não quer dizer que meu carro não ande sem ele. Andará. Mas ele me faz voar um pouco mais alto.
O sofrimento nos trás um tipo de aprendizado fantástico. As vezes a gente tem que tomar um "choque de realidade" pra manter os pés no chão. Saber de certas coisas não significa que você consegue colocá-las em prática. E a dor nos ensina a ser mais racional.
Já chorei o que tive de chorar. Já doeu o que tinha de doer. A cada lágrima derramada foi-se também um pouco da inocência do sentimento puro e verdadeiro. Hoje deixo essa guerra nas mãos de Deus. E termino essa batalha de cabeça erguida. Onde não há vitoriosos ou perdedores, mas pessoas que estão aprendendo a amar.
Se vamos realmente passar essa fase de boa? Só o tempo vai dizer. Hoje eu só quero aproveitar a mim e a quem quiser estar comigo sem medo, sem culpa. E até onde eu puder, não vou desistir de nós!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Sentir de novo

Tem dias que você acorda super disposto a ir a luta e enfrentar as dificuldades de cabeça erguida. Mas tem dias que você começa a enxergar a realidade, que não é bem aquilo que você imagina ou até quisesse que fosse. 
Por isso venho tentando não admitir que sou completamente apaixonado por ele, mas não posso esperar que ele sinta o mesmo por mim. Haja vista que suas ações só me dizem claramente o quanto to sendo idiota, leso, fútil e inútil. 
"Se ame", "Goste de quem gosta de você", " Se valorize mais" ... tem sido palavras que realmente, hoje fazem todo um sentido.
Devo amar quem realmente me ama e me quer perto. Devo me entregar a quem me quer ver feliz. Devo trocar o disco e deixar quem realmente quer ver meu sorriso, chegar mais perto.
Chega de lágrimas. Chega de dor. Quero perto de mim pessoas que me tirem sorrisos exagerados, me tirem o ar com alegria extrema. Preciso novamente sentir borboletas voando dentro do estômago. Estou aqui pra isso.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Vai passar

Boa tarde caros leitores. Nesses últimos dias as minhas postagens estão um pouco mais melodramáticas e chorosas do que o normal. É que tenho passado os momentos mais sombrios e dolorosos da minha vida. Nunca me permitir sofrer tamanha dor por amar alguém. Talvez isso que sinto nem se compare ao que senti ao ver Andrêina indo embora pra Monteiro. Sei que é tolice e que tudo isso vai passar, como das outras vezes, mas não me canso de pensar como isso tudo seria mais fácil e diferente se eu tivesse pensando melhor e fugido enquanto havia possibilidade.
Nunca me permiti se jogar do penhasco do relacionamento amoroso. Sempre fui "gato escaldado" e sempre retrai meu orgulho e meu narcisismo, amando apenas meu retrato no espelho. De repente aparece ele, que veio quebrando todos os conceitos e preconceitos que eu tinha. Mostrando-me que eu podia confiar em alguém a ponto de me lançar nesse mar de sentimentos. Fazendo-me vulnerável e permissível ao amor. A amar e ser amado. A me entregar sem medo à felicidade. Hoje me sinto enganado.
 Acredito que o problema foi enxergar nele o amor que nunca existiu e se existiu foi passageiro. Eu estava num momento de fraqueza e fragilidade e dei abertura pra brincarem com meus sentimentos. Doce ilusão a minha. Achar que era real. Que realmente seria pra sempre. Que nada poderia destruir nossos sentimentos um pelo outro. Que por maior que fossem as dificuldades, estaríamos passando juntos. Infelizmente só eu pensei assim. :/
O que me consola é saber que eu fiz o que eu pude e até o que não pude eu tentei fazer para dar certo. Esse peso eu não levo nas costas. Hoje estamos separados e por mais que eu o queira de volta percebo que o melhor a se fazer é seguir em frente. Virar a página e continuar minha caminhada. Permitir-me a ser feliz. Na verdade eu não sei se estamos juntos ou não. Apenas nos separamos sem muitas explicações para "avaliação" do relacionamento. Mas pelo que as pessoas me contam, pelas atitudes, o que realmente ele quer é liberdade. E se depender de mim, terá. Não vou atrás (mesmo querendo). Não vou parar e esperar algo incerto. Da mesma maneira que não fui atrás dele no começo. Quem está se "fudendo" emocionalmente sou eu. Se têm alguém aqui que precisa se encontrar e reconquista, esse alguém não sou eu.
Fui muito feliz ao lado dele, mas hoje percebo o quanto ele era infeliz ao meu lado. E enquanto eu choro e grito aos quatro cantos o quanto estou sofrendo, ele simplesmente mostra que está bem (e muito bem). Enquanto eu tinha planos pra nós dois, hoje ele faz planos pra ele. Não deixa de está certo, mas me dói. Dói saber que ele quer passar as férias sem mim. Dói saber que ele quer passar Réveillon longe de mim. Dói! Mas ao mesmo tempo me mostra o quanto sou besta. Enquanto eu ainda vejo uma possibilidade, ele só quer fechar a porta.
Se me perguntar se o quero de volta, responderei que SIM, com todas as minhas forças. Mas não desse jeito. Não quero alguém que não me quer. O amo de mais, mas isso não basta. Darei tempo ao tempo. Não tenho forças psicológicas pra está com outra pessoa, mas também não fecharei a porta. Vou me permitir. E o que tiver de ser, será. Enquanto isso eu vou desabafando minha dor na esperança que hoje a noite vou conseguir dormir.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Ainda assim acreditarei.

Meu castelinho de areia o mar tá derrubando a cada batida do meu peito. Isso tudo vai acabar? Parece que foi ontem que estava tudo bem. Isso não faz nenhum sentido. Guardar rancor, brigas só deixam marcas que o tempo não pode apagar. O pior de tudo é esse silêncio amargo que me devora a alma. Não sei ficar parado olhando o mundo ao meu redor desmoronando. Gosto de soluções ágeis e práticas. Ou é sim ou é não. Quando se envolve sentimentos de outro, não existe “não sei”, “talvez”. Ou você sabe o que quer ou você não quer. É atormentador e hipotente não saber o que o futuro me reserva. Se for pra chorar que seja de uma vez. Se vai sangrar, que atravesse logo a espada. É cruel sentir aos poucos a dor de o ver partir. Como diz a canção: “te ter e ter que esquecer é insuportável, é dor incrível.” Sei que “tout passe” e que isso também passará, mas ter consciência disso não anula a dor no peito. Talvez meu erro seja acreditar demais no amor. No meu amor. No amor de quem dou amor. Meu erro talvez seja fechar os olhos e me jogar. Ou não! Talvez eu esteja certo, com alguém errado. Então por que insistir? Não sei responder. Só sei que o quero. Pois dói muito mais não tê-lo. Talvez essa dor que sinto hoje seja “amadurecimento”. Crescer dói e muito. Há quem me lembre de minhas murmurações na pré-adolescência sobre dores no corpo. As famosas “dores do crescimento”. São só etapas de nossa vida que querendo ou não todos passam. Posso até evitar essa dor agora, mas um dia ela vai chegar com essa ou com outra pessoa. Não é mudando de relacionamento que vou resolver o problema, é mudando meu comportamento a solução. Não existe ninguém perfeito pra ninguém. Não existe “a pessoa certa”. O que existe é maleabilidade mútua. As peças precisam de encaixe e tratando-se de amor nada se encaixa perfeitamente. Há sempre áreas do relacionamento que precisam ser podadas, limadas para poder se encaixar. Outras nem tanto, mas haverá sempre arestas que precisam ser moldadas. Por essa razão não quero soluções paliativas. Não quero impedir meu crescimento como “gente”. Correr, cair fora, acabar é fugir da dor do amadurecimento. Não é mudando de relacionamento que vou encontrar encaixe perfeito. Quero ter resiliência suficiente para suportar e contar um dia aos meus filhos e netos que se tratando de amor, nunca vai ser fácil, mas não é impossível. Porém, se nada der certo, ainda assim acreditarei no amor.

(Texto escrito dia 10/maio/2014)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Sobre pessoas mal amadas

(Pra não dizer 'mal comidas')

Gente que não tem o que fazer e vive colocando o dedo feio, gordo e careca no relacionamento dos outros achando que vai ter de volta o que desdenhou. Só tenho uma coisa a dizer pra você querido: C O I T A D O de você.
Chego a ter até pena de criaturas que se passam em querer destruir os relacionamentos dos outros e principalmente dos ex por pura pirraça ou pela esperança de ter de volta.
Eu não me passo a uma coisa dessa. Acho que isso mostra realmente o porquê do relacionamento não ter dado certo. Se acabou, acabou. É página virada. É um novo começo e uma nova história. Não tem razão querer argumentar a ter de volta algo que a duras penas não deu certo.
Geeeeente, vá viver sua vida sem infernizar a dos outros. Se respeite e respeito o que vocês viveram juntos. Saiba que nessa terra tudo que se faz, se paga. Se você está fazendo pelo mal, saiba que um dia esse mesmo mal cairá sobre você e tenho certeza que você não gostará.
Tenha um pouco mais de amor próprio e deixe de se passar. Porque é ridículo você ficar se arrastando por alguém que não te quer mais. A não ser que você curta ser "step" dos outros. Há quem diga que nasceu pra ser "a outra". Pare de se passar a ser "rapariga" e não entre em um jogo que você já perdeu a briga faz tempo. Desde que ele te deixou.
Viva sua vida e deixe os outros viverem em paz. Porque não vai ser por você mandar msg de madrugada, curtir e comentar todas as fotos que o relacionamento do outro vai acabar. Isso só mostra o quanto você é desprezível e solitário. Não queira ser segunda opção (se não for a última) e pare de implorar atenção e amor. Amor não se pede, não se implora. Amor acontece, flui e fica. Quando se tem que fazer esforço pra ter de volta, já perdeu. Se é que um dia teve.
Se ame mais, goste mais de você, e espere o melhor pra si, sem se contentar com migalhas. É humilhante demais tentar 'ganhar alguém' pelo cansaço. É perda de tempo ficar -eternamente- esperando a ‘sua vez’ chegar, enquanto têm coisas lindas esperando pra serem vividas.
Acorda viado que tem gente furando a fila e sendo feliz no seu lugar.

Preso aos sentimentos

Meu mal é sofrer por antecipação. É achar que tudo de ruim pode e vai acontecer comigo. É não confiar que eu sou bom, o melhor e me garantir, sobrevivendo a qualquer tempestade. Por baixo dessa casca dura há um ser frágil, volúvel, dramático e sensível que infelizmente se machuca com tudo.
Queria não ser assim. Queria poder ser forte, me livrar dessas correntes de sentimentos que me aprisionam, mas não consigo. É como se ao acordar tudo e todos estivessem tramando contra mim. Chega a ser paranoico. Tento abstrair, mas não conheço o limite do meio termo. Sou daqueles do oito e oitenta. Ou me firo, ou fujo para não ser ferido. Passível demais para receber a porrada e ficar inerte. Pancadas demais para conseguir se esquivar. Minha mãe sempre me fala que "a dor ensina a gemer". Acho que no meu caso a dor me mostra o quanto eu sou fraco. Quanto mais me batem, mais eu quero apanhar. Só pode!!
Talvez meu erro seja pensar muito nos sentimentos dos outros e esquecer e não ligar pra o que eu realmente estou sentindo. Mas dai eu me pergunto:
- O que "djabo" eu to sentindo?
- Hoje? Um misto de coisas.
Não sei, mas o certo mesmo é pensar mais em mim.
Até onde eu vou aguentar? Não sei!
Mas uma coisa é certa. Eu preciso me libertar de certas correntes emocionais para o meu próprio bem. Se eu não me amar primeiro, ninguém vai me amar. O pior de tudo é que eu sabia disso há algum tempo atrás. Parece que hoje eu esqueci a lição!!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Ser completo

Certa vez falei aqui que escolher lados sempre nos trás perca de algo que tínhamos pra conquistar. Confesso que desde que deixei o Novo Altar me sinto perdido. Minha vida foi aquele ministério. Anos de minha vida, meu emocional, até meu profissional foi investido para o reino. Mas me faltava algo que era mais forte que eu. Minha sexualidade não se encaixava com o que vivia e pregava. Está no altar e cantar o que ministrava era viver uma mentira. Havia um vazio inexplicável dentro do meu ser e o amor de Deus não conseguia preencher. Era a busca pelo reconhecimento de ser quem eu era. Decidi reconhecer isso e sabia do que estava em jogo. Deixei tudo e estou vivendo o que meu coração e minha alma crê. Não me arrependo. Mas toda vez que olho pra trás e me lembro de quem eu era em Cristo me bate uma dor e um vazio. Eu sabia que minha escolha de alguma forma me deixaria um buraco enorme na alma. Não tinha como eu ser completo como estava, como também não tem como ser completo como estou hoje.

Hoje tirei o dia pra relembrar velhas canções e arranjos e mais uma vez a saudade me bateu pesado. Desta vez chorei. Não tive como conter as lágrimas ao lembrar-me de cada ensaio, cada dificuldade que tive em ensinar algo que muitas vezes até eu mesmo não sabia, para dar o melhor no ministério. Das incertezas de Victor F, das dificuldades ministeriais de Felipe, dos dilemas de Fabiana, das inseguranças de Ana F, do esforço de Nira, das dificuldades musicais de Nildo, do empenho de Gabriel, das criancices de Dericky, do amor de Ruth e da coragem de Victor O. Há cada recordação, rios de lágrimas corriam em minha face.

Hoje ao escutar certas canções percebi que não só a letra estava tocando fundo, mas as lembranças de cada arranjo torto que tentávamos fazer, rasgava meu coração de cima a baixo me dizendo que ali era o melhor lugar do mundo. Tínhamos brigas, arengas, dificuldades, dores de cabeça, mas era ali que eu sempre quis está. E uma das canções que me fez parar tudo pra externar esse sentimento aqui com vocês foi “Tú és o motivo – DT”. Realmente hoje meu coração clamou pelo Senhor mais do que nunca e mais uma vez eu tive a certeza que esse vazio que sinto todas as manhãs só vai ser preenchido pela perfeição do Senhor.

Já estive do lado de lá e sei que nunca serei completo. Lá serei mais uma vez incompleto por ser quem sou. Aqui sou vazio pela falta da presença de Deus em mim. Gostaria muito de acreditar que há uma esperança e um lugar onde posso ter e ser o que Deus quer que eu seja. COMPLETO. Enquanto esse dia não chega vou me afobando em devaneios nostálgicos de quem eu era em Cristo Jesus.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Continue a nadar

Já parou pra pensar que nunca estamos satisfeitos com o que temos? É impressionante o que fazemos para querer sempre o melhor. Eu sou muito de boa sobre alguns aspectos sobre minha vida. Sei de onde vim, sei onde estou e melhor ainda, onde quero chegar. Mas as vezes, interferências externas me afetam a tal ponto que me pergunto se é pra ser mesmo ou se é hora de mudar.
Confesso que já me agoniei muito com "achismos", com previsões de um futuro ruim que ainda não aconteceu, mas gosto de me planejar e ter meus pés no chão. Ouvi uma vez que é sempre bom esperar sempre o pior das coisas e das situações, pois se acontecer o ruim você não se frustrará, mas se acontecer coisa boa, será uma conquista. Porém, por mais que esperemos o mau, nunca estaremos preparados para perder. E quem falou que perder só é sinônimo de derrota? Nan... Perder pode ser sim sinônimo de um novo recomeço, uma nova oportunidade de se sair até bem melhor. E é nessa força que me agarro todos os dias: Querer ser e viver o melhor de mim. 
A vida e o tempo vai mostrando quem realmente se encaixa nos planos e quem vai me ajudar a chegar até onde quero. Realmente, só ficam em nossas vidas aqueles que acrescentam e os que são fortes para compartilhar e mutuamente se ajudar. 
Hoje estou tranquilo, não mais que ontem, mas estou. E por mais que interferências externas me abalem, continuarei a nadar. Porque realmente sei onde quero chegar. 
Quem estiver disposto a me acompanhar, siga-me. Caso contrário, deixe-me continuar a caminhada.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Sr. José


Estou pensando seriamente em mudar o modo como as pessoas me conhecem e me chamam. Meu nome é José, porém desde que me lembro as pessoas me chamam por Neto e muitas vezes não me reconheço sendo o José que sou.

Já atendi pelo chamativo zé, zé pó. Já me chamaram de netinho, netoka, tinho, mas José, só gerente de banco e atendimento de telemarketing que me chamam assim.

O nome José aqui no Brasil é sinônimo de pobreza e miséria. É o famoso "Zé ninguém". Ou comparativo de político corrupto, mas eu acho o nome muito bonito. Me trás a ideia de imponência, respeito e até santidade, pois é um nome bíblico. Pra quem não sabe, esse é o nome do pai de Jesus, São José, e também o nome de mais 35 santos. Sem contar que foi um nome muito comum entre os judeus na Idade Média e no início foi pouco frequente entre os cristãos. Só passou a ser popularizado na Espanha e Itália no final da Idade Média, em razão da veneração por São José. Depois na Inglaterra passou e ser comum após a Reforma Protestante e em Portugal apareceu em documentos datados da primeira metade do século XVI, como Joseph.

Andei pesquisando e descobri que José significa "aquele que acrescenta" e isso tem muito haver comigo. Acho que nunca entrei na vida de alguém sem acrescentar algo positivo pra ela. Seja amigo, família ou romance, em algum momento eu fui aquele que ajudou o outro a ser e ter algo significativo em sua vida.

Não sei, estive pensando aqui e diante de tantos outros, por que não ser um José?

Me sinto as vezes sem identidade quando me perguntam o nome e respondo "meu nome é Neto". É como se eu tivesse medo ou vergonha de dizer que meu nome é José.

Talvez eu deixe quieto ou talvez eu comece a cobrar que as pessoas me chamem pelo nome de batismo, mas uma coisa é certa. Há alguns dias eu já me sinto orgulhoso de ser José. E talvez eu realmente queira ser chamado assim.

Mudança de planos

Eita que só venho escrever algo aqui de ano em ano, né gente? As vezes esqueço literalmente que tenho esse blog. Já passamos por tanta coisa. Comecei a escrever inspirado em política, depois em criar algo com histórias e contos, já falei de igreja e religião, de música e até de teorias de comunicação integrada. Mas estou mudando o rumo das coisas agora.
Em alguns momentos falei muito sobre mim e até tentei fazer outros blogs pra desabafo, mas imaginem: Se eu não consigo dar conta de um blog, imagina de dois? Por essa razão, decidi dar um novo rumo pra esse aqui.
Mudei o nome, a discrição... tô ainda pensando se mudo o layout. Estarei escrevendo coisas pessoais, por entender que muitas vezes não tenho com quem desabafar e posso usar essa ferramenta de escape para não enlouquecer. Talvez isso dê um livro, ou até não dê em nada, mas quero tentar. Tentei fazer algo criando uma página no Facebook Casa de Lego, mas não deu muito certo. Escrever coisas pessoas lá me deu uma dor de cabeça. Mas pra começo, vou transcrever algumas coisas de lá para cá.
Há primeiro momento eu queria fechar o blog para limitar as visualizações das postagens, mas to pensando ainda se faço isso ou não. Então, por enquanto, estará aberto, até a segunda ordem. Não estranhem o que poderão ler por aqui. Serão apenas coisas que preciso realmente colocar pra fora.
Aos leitores cristãos, adventistas e que curtiam o Ministério de Louvor Novo Altar, só pra se atualizarem, não sou mais ministro de louvor, o Novo Altar infelizmente acabou, ainda sou cristão, porém não estou frequentando nenhuma igreja, me descobri homossexual e hoje sou casado com um homem.
Se você realmente ainda quiser me acompanhar, vai perceber o quanto vou me contradizer, mas já de antemão te falo que será super normal. Sou humano e como diria Raul Seixas, "prefiro ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Conviver com as diferenças

Contra o amor, não há lei!
Agora, quem somos nós para definir o amor? Eu me contento com as palavras de vida que saem da Bíblia, palavra de Deus. Aprendi que cada um dará conta dos seus próprios atos para com Deus. É simples. "Aquele que come carne, não critique quem não come." - Paulo
Se não gosta do casamento homossexual, não se case com um. Sonho com o dia que viveremos unidos por algo maior que as nossas religiosidades. O amor. Simples. Puro. Perfeito. Jesus Cristo.
No final, não será minha profissão de fé (doutrina a qual professo) que me salvará. Mas meu coração contrito e minha vontade de amar ao meu Deus sobre TODAS AS COISAS.

(Texto escrito em 26/maio/2014)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Minha carência

Tem dias que eu to carente, tem dias que eu to super carente. Tem dias que eu to carente no limite máximo da cafonice. 
Não é porque eu não tenha ninguém que eu ame e que me ame. Não!! Isso eu tenho de sobra. Mas é que o medo toma conta de mim e a insegurança bate forte no peito. Chega a sufocar.
Sou uma pessoa muito desconfiada. Acho que tudo e todos estão tramando contra mim e querem me dar uma rasteira e quando percebo algo estranho, minhas "anteninhas" ficam logo alertas e sempre que pré-sinto algo, acontece merda depois.
Esses últimos dias algo me diz que existe maçã podre no meio do cesto e isso tá quebrando minhas pernas! Gostaria muito de ser sensato e um "ser" normal que não prevê certas coisas, mas eu sou perú, morro de véspera. Antes das coisas acontecerem eu já to me acabando. As vezes é até bom , porque quando acontece realmente eu já estou preparado. Mas quando não acontece, quando é só imaginação, loucura da minha cabeça, me frustra e me machuca. Não sei o que fazer. Eu só quero colo!!!
Eu só espero estar errado, mas isso só vamos saber depois, né?


(Texto escrito em 25/abril/2014)

sexta-feira, 28 de março de 2014

Puff

Acho interessante, pessoas que tem a vida amorosa comparada com a de Gretchen, Lindsay Lohan e Paris Hilton, mais conturbada que a de Lady Dai na época que era casada com o príncipe Charles, que são mais rodadas que pratinho de microondas, darem conselhos (pitaco) sobre os relacionamentos dos outros. 
Acredito que se essas pessoas ocupassem seu tempo tentando resolver sua conturbada vida amorosa não gastariam tanto esforço pra “melar” a dos outros. O problema de algumas pessoas é que não conseguem ver a felicidade de alguns amigos e se ver solteira e infeliz. Ao invés de estar feliz por eles e procurar a sua felicidade, tentam resgatar os velhos amigos para voltar a viver aquela vidinha medíocre de solteiros. Festas, baladas, farras, feriados, praias, bebedeiras, amores de noitadas e no fim de tudo se vêem sozinhas no seu quarto sem a esperança de ter algo realmente sério e duradouro.
Como disse Arnaldo Jabor: “Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates e gandaias, levanta os braços, sorri e dispara: ‘eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também.’ No entanto, passado o efeito da manguaça com energético, e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração tribalista se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição... Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também”
Ser solteiro é ótimo, mas é só uma fase. Realmente soube viver como tal, mas a gente cresce e descobre que quer viver momentos com alguém especial e que não sejam só momentos, que quer algo mais do que “noitadas” e “ficadas”. A gente quer algo que realmente dure e que vale a pena. Quer algo e alguém em que a gente possa realmente confiar e firmar nossos passos, construir sonhos juntos, parar de acampar em colinas estranhas e estabelecer residência, e quem não quer isso não precisa ficar tentando “converter” os demais.



(Texto escrito dia 28/março/2014)

sábado, 15 de março de 2014

Promiscuidade Gay

Essa semana me peguei vendo e procurando relatos e percebi que tá rolando por ai um vídeo que mostra uma "pegação" gay no carnaval de Florianópolis e a primeira coisa que pensei quando vi o vídeo foi: "Que povo doido". 
Já ouvi muita coisa a respeito dessa pegação. Uns descendo a lenha na comunidade gay, outros apenas observando e refutando ser da nossa natureza a promiscuidade, outros dando maior apoio e que não é a primeira vez que isso rola por lá e não será a última. Eu realmente fiquei chocado com o descuido dos rapazes. Não pela pegação e sim pela loucura de fazer "coisas" no meio da rua e ainda sem nenhuma proteção. L O U C O S.
Fiquei assustado, porém entendi que existem pessoas e pessoas.
Não preciso ser afeminado para ser gay, como também não preciso ser gay para ser promíscuo. Li um texto hoje pela manhã a respeito do vídeo que falava que os homossexuais de hoje são quase inidentificável pelo "gaydar" (radar gay), pois estão cada dia mais se adequando a "cultura machista" que diz que o gay hoje em dia, para não ser humilhado na rua, tem que ser hominho pra viver no meio da sociedade. Que ser gay é gostar da pegação, depravação e essas coisas tem se perdido com o movimento dessa nova geração de gays hominhos. Discordo disso. Sou "machinho" por que minha criação me proporcionou esse tipo de característica, mas nem por isso deixei de sentir tesão por homens. E garanto a você que como gay assumido não é fácil do mesmo jeito que não é para um afeminado viver em nossa cultura. Mas ser homossexual, gay, bichinha, viado não me faz um promiscuo em potencial. Sou um homem que gosta de sexo. Qual homem não gosta e quer sexo a qualquer momento? Homens são mais assanhados, safados, tarados e prontos para o sexo. Imaginem dois homens juntos sentindo atração um pelo outro? A coisa fica bem mais intensa. Porém, a vivência e o caráter de cada indivíduo é que vai diferenciar na hora de cada um dar vazão aos seus desejos. Existe a pessoa certa, hora e lugar para fazer certas coisas.
O problema desse acontecimento, o da pegação gay em Floripa é que se focaram nesse grupo de caras se pegando ao ar livre, porém vejo em meio aos carnavais da vida, vários casais héteros fazendo coisas até pior. É só procurar vídeos no YouTube. A questão é que as pessoas, em sua maioria, usam o carnaval para depravar geral e acabam exagerando na dose. Quem sou eu pra falar dessa galera que tava se pegando, pois quantas vezes, quando estava solteiro, fiz pior nos becos da vida. Mas o grande problema é que pra nós, homossexuais, tudo que acontece que é “ruim/feio” aos olhos da sociedade é intensificado e generalizado para todos e sabemos que a promiscuidade é um traço de caráter e não de sexualidade. Não é minha opção sexual que vai definir meu caráter. Uns tem um bom, outros nem tanto. É preciso ter discernimento para saber dividir e entender que ser gay não é ser promíscuo.



(Texto escrito em 15/março/2014)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Sobre o amor

A gente sempre sonha e acha que o nosso par ideal vai concordar em tudo que a gente quer, que tudo na vida vai ser sempre amoroso e belo. Que nossa alma gêmea vai gostar das mesmas coisas, ter os mesmo pensamentos, assistir os mesmos filmes, as mesmas séries ... B A L E L A!! Esse tipo de pensamento foi algo que a Disney inseriu na nossa mente. Acredito muito na física quando fala que os opostos se atraem. Como o positivo e o negativo.
Somos muito diferentes. EM TUDO. Nossa diferença é tão gritante que meu egoísmo pede pra mandar você sumir da minha frente toda vez que discordamos. E isso é quase sempre 
Mas não me vejo longe. Fico "catando" motivos pra correr, mas só encontro motivos pra ficar. Passo o dia “maquinando” o que vou falar pra brigar com você, daí você chega com aquele sorriso bobo e sempre me faz gaguejar e esquecer o que tinha ensaiado pra falar. Penso que nada na vida é fácil e que viver a dois é complicado e difícil mesmo. Tudo isso por que nossa geração é uma geração "descartável" onde somos acostumados a jogar fora e ter outro. Prefiro consertar.
Por mais que seja insuportável alguns momentos de convivência, temos um ao outro. E isso é bom. Eu cuido de você e sei que você cuida de mim. Com formas e jeitos diferentes, mas sei que me ama.
Quero viver minha velhice com você. Quero contar os meus dias com você. Mesmo querendo muitas vezes mandar você ir pro o inferno, mas um sorriso teu me derrete e a certeza de nos ver naquela cadeira de balanço me faz acreditar que amanhã será um novo dia. E hoje é mais um mês de muitos que ainda estão por vir. Estou feliz por nós. Sou feliz.
Parabéns a felicidade. Parabéns ao amor. Parabéns aos opostos. Parabéns a nós.


(Texto escrito em 13/março/2014)

quinta-feira, 6 de março de 2014

Orações para Bobby

Sabe aquele tipo de filme que todos comentam, mas você nunca teve coragem de assistir, mas depois que assiste se pergunta o porquê não viu antes? “Orações para Bobby” entrou nessa minha lista. Aconselho a todos que desejam entender um pouco minha realidade a ver este filme.
Acredito que muito de mim, do que passei internamente, foi vivido nesse longa metragem. Tirando a parte que ele desiste de si mesmo, entretanto os dramas em família e principalmente a respeito da espiritualidade e de sentir Deus dentro de mim são completamente semelhantes e reais. Vivenciei muitos dilemas do amor de Deus por mim. Quantas madrugadas chorando, pedindo respostas. Quantas pesquisas e estudos para entender as escrituras sagradas. Quantas vigílias fiz com o Novo Altar pedindo forças pra resistir a "tentação". Lutas internas comigo e Deus. Coisas que só quem sabe é quem passa, quem vivencia. Hoje aprendi a me amar e sei que sou perfeito como Deus me fez. Simples assim! E sempre que me perguntam com estou eu respondo que nunca me senti tão completo. Era a parte do meu quebra cabeça que faltava. Eu me aceitar do jeito que Deus me criou.
Como diz a canção da Lady Gaga: “Deus não comete erros. Estou no caminho certo, querido! Eu nasci desse jeito.”


(Texto escrito em 06/março/2014)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Cristão e Gay

Ainda que um pouco distante da convivência com o corpo de Cristo, pelo fato de que a "igreja dessa geração" não compreende o sentido de corpo, SOU cristão.
Muitos homossexuais, ao "sair do armário" se revoltam com seu segmento religioso e toma rumos completamente inversos ao que criam. Eu sou um dos poucos que não mudei minha visão em relação a Deus.
Creio na bíblia, na santa palavra de Deus. E isso não me faz ser o que a "igreja" prega. Sou pecador. E quem não é? Diante de Deus não existe distinção de pecados. Cabe eu decidir o que fazer diante dos meus. Jogar tudo pro alto e dizer "se foda, vou viver a minha vida" ou me humilhar e reconhecer que sou pecador mesmo, mas continuo amando meu Cristo.
Não condeno ninguém pelos seus atos. Se revoltou com a "igreja"? É uma escolha pessoal de cada um, porém eu continuo crendo e sentindo Deus em mim. Mesmo não frequentando tão assiduamente os cultos, não deixo de render graças ao Senhor por todos os benefícios que Ele tem me concedido. Sou GAY e não por isso, deixarei de ser CRISTÃO.



(Texto escrito em 26/fevereiro/2014)

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Descomplique-se

Relacionamentos são complicados. #fato
Dizem que os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus. Eu digo que homens são de Marte, de Vênus, de Saturno e se brincar até de Plutão (tão distante, pequeno e frio que foi rebaixado a estrela).
Não sou uma pessoa fácil de se conviver. Quem me conhece a fundo sabe o quanto tem que respirar fundo pra não me mandar à merda ou sinceramente me manda à merda em quase todos os minutos. Não sei se foi minha criação, ou se isso já veio no meu pacote de sobrevivência nesse mundo, mas eu tenho uma "pequena" aptidão em fazer tempestades em copo d'água. Dramático? Não!! Me amostro às vezes (quase sempre). Mas, sei lá! Sou assim e não sei explicar.
Meus sentimentos sempre são "mais fortes", "mais profundos", "mais intensos" que os outros (pelo menos na minha cabeça doentia eu acho) e quando não vejo as pessoas sentindo ou fazendo aquilo que faço, me bate a frustração. Falo isso em todos os meus relacionamentos. Com família, com amigos e com amores. Sou muito paranóico e egoísta. E por ser transparente demais não consigo internar isso em mim. Solto num "emburramento", me afasto, fico triste e melancólico, como estou hoje.
Na maioria das vezes não é culpa de ninguém, sou eu que complico demais as coisas e meus sentimentos entram em curto e só o tempo vai curando. Mas fico me perguntando se poderia ser diferente.
Nesses dias sombrios minha mente voa longe e me deixa dividido e vulnerável demais. Seria bem mais simples se as coisas sempre saíssem do meu jeito. Mas, con'viver' é isso: Se adaptar às diferenças do outro.
"Aaaaai .... se minha mente egoísta me deixasse em paz"
Mas seria apenas egoísmo, fruto da minha imaginação ou tudo que se passa aqui dentro da minha cabeça tem um fundo de verdade?
Só sei de uma coisa: ignorar o fator de estar assim é sempre pior!



(Texto escrito em 23/fevereiro/2014)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Eu me aceito

Aceitação! Sofri muito antes de conhecer, entender e tomar apoderamento dessa palavra! 
O pior preconceito é aquele que nasce dentro da gente. Quando nos olhamos no espelho e não aceitamos quem somos. 
Vivi anos enganando a si mesmo, me escondendo. Tolo e inocente, me achando "o sabido", pensei que poderia dominar minhas emoções. Idiota, fui vivendo meus dias não me aceitando e a cada minuto que se passava era um passo para a solidão, para a perca de quem eu era, para um abismo de ignorância religiosa e profunda intolerância de si mesmo. Isso me submergiu, me transtornou, me devastou, até o dia em que eu não aguentei mais e disse: “Basta, eu me aceito.”


(Texto escrito em 21/fevereiro/2014)

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Saudade

Casa arrumada, cheiro de comida gostosa na cozinha, zoada, bagunça, conversas intermináveis, risos soltos, arengas, reconciliações ... Geralmente é sempre assim quando a gente se reuni em família nos finais de semana. Dizem que encontro de família é sempre bom, mas passou de oito horas seguidas juntos, pode ter certeza que sai confusão.
Interessante como um simples ato tão corrente, simples e singelo na vida de tantos faz uma falta enorme na vida de outros. Desde que me me assumi como homossexual meus encontros em família tem sido tensos e em muitos casos, nem existido. Depois que sai de casa a situação piorou relativamente. Minha avó materna, que me criou como uma mãe, ainda não veio aqui em casa, minha tia e mãe vivem arrumando desculpas e minha convivência com a família do meu pai, que já não era tão regular, se tornou inexistente.
Costumava muito ir à minha cidade natal visitar meu pai, meus avós e meus padrinhos. Dia de domingo era aquela alegria. Adorava passar o dia sem fazer nada na casa deles. Contar como estavam as coisas aqui em João Pessoa, escutar minha avó reclamar das chatices do meu avô, ouvir meu pai murmurar sobre o cansaço sem fim dele, almoçar aquela lasanha que só minha madrinha sabe fazer ... Coisas tão bestas que para mim faziam toda a diferença. Vai fazer dois anos que não sei mais o que é isso.
Uns não querem me ver, outros não fazem questão e eu vou deixando as coisas acontecerem e fingindo que não me importo com suas atitudes. Vou empurrando com a barriga. Afinal, eu escolhi seguir caminhos diferentes. Mas mesmo já sabendo das consequências de minhas escolhas, ainda assim é duro suportar a falta que eles fazem em minha vida. Me pergunto sobre o amor. Se existiu na verdade amor. Pois é estranho entender como um sentimento tão puro pôde se transformar em rejeição. Como uma promessa de amor e cuidado pode ser descartada. Até entenderia se minhas escolhas ferissem diretamente esses, mas elas só afetam a mim mesmo. Mesmo sabendo de todo contexto cultural e de idade ainda assim é difícil compreender como alguém que é sangue do meu sangue quebra um pacto e uma promessa desse tipo por egoismo e preconceito.
Deus é testemunha e sabe o quanto não quis que isso acontecesse. Queria muito compartilhar da minha felicidade com eles, mas entre ser hoje completo, sendo quem sou e me reunir em família como antigamente cheio de máscaras, prefiro sentir na pele o descaso e o repúdio dos tais.



(Texto escrito em 09/fevereiro/2014)

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Meu euzim

Dizem que já nascemos assim, outros dizem que é adquirido, alguns afirmam que é obra "do capeta". Se eu nasci ou adquiri, eu não sei. Mas uma coisa eu garanto: Obra do "coisa ruim"? Ahhh!! Não é não!!
Cresci em Timbaúba, pernambuco. Venho de uma família não muito convencional e por razões que pouco importam no momento, sou filho de pais separados, criado por vó materna, minha voinha. Vivi minha infância e adolescência aprendendo e reforçando meu caráter através da Bíblia. Não me arrependo de nenhum momento que vivi na igreja, pois sei que cada ensinamento ministrado na Adventista da Promessa me adicionou valores que carrego comigo até a morte. Mas confesso que teve momentos que quase enlouqueci. É muito complicado se reconhecer homossexual em um ambiente onde tudo que você é aos olhos dos outros é errado ou demoníaco.
O medo é o maior inimigo do ser humano. Ele nos deixa inertes ao que a vida proporciona. E o meu maior desespero era saber quem eu era e negar isso dentro de mim com medo de mostrar isso as outras pessoas.
Nunca fui muito de curtir coisas de “menino tradicional”. Brincava de bola de gude, pião, pipa, corria atrás de tanajura, mas adorava pular corda, jogar baleado, vôlei, pintura, elástico, e lembro-me que algumas vizinhas se reuniam na frente da minha casa e trocavam papel de carta. Eu achava aquilo incrível, mas quando sonhei em pedir à minha vó para comprar, fui bombardeado com um: “isso não é coisa de menino”. Fui crescendo e sendo formatado a ser aquilo que era certo, o “menino tradicional”.
Sempre fui franzino, magrinho, o mais frágil de qualquer turma e por essa razão, tudo que os meninos da minha idade faziam me trazia medo, pois não queria me machucar. Enquanto eles pulavam, jogavam bola, lutavam entre si, eu me divertia em aventuras com as meninas. Nunca fui de brincar de boneca, aquilo pra mim já era demais. Talvez pensasse assim pelo efeito da formatação que me moldaram. Mas, adorava conversar com elas, brincar com elas, parecia mais fácil, mais acessível. Tive amiguinhos meninos também, carrego algumas dessas amizades até hoje, mas nossa convivência, brincadeiras e interesses sempre foram bem diferentes. Lembro que sempre tentei me enquadrar na turma dos meninos, mas eu sempre me sentia estranho, diferente. Mesmo não entendo o que acontecia, eu já sabia que eu não era igual aos outros meninos.
Abrir hoje a caixa de lembranças da minha infância me tira sorrisos e certezas de que “estava na cara” de que eu não iria ser um “menino tradicional”. 

(Texto escrito em 8/fevereiro/2014)