Acredito que se essas pessoas ocupassem seu tempo tentando resolver sua conturbada vida amorosa não gastariam tanto esforço pra “melar” a dos outros. O problema de algumas pessoas é que não conseguem ver a felicidade de alguns amigos e se ver solteira e infeliz. Ao invés de estar feliz por eles e procurar a sua felicidade, tentam resgatar os velhos amigos para voltar a viver aquela vidinha medíocre de solteiros. Festas, baladas, farras, feriados, praias, bebedeiras, amores de noitadas e no fim de tudo se vêem sozinhas no seu quarto sem a esperança de ter algo realmente sério e duradouro.
Como disse Arnaldo Jabor: “Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates e gandaias, levanta os braços, sorri e dispara: ‘eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também.’ No entanto, passado o efeito da manguaça com energético, e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração tribalista se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição... Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também”
Ser solteiro é ótimo, mas é só uma fase. Realmente soube viver como tal, mas a gente cresce e descobre que quer viver momentos com alguém especial e que não sejam só momentos, que quer algo mais do que “noitadas” e “ficadas”. A gente quer algo que realmente dure e que vale a pena. Quer algo e alguém em que a gente possa realmente confiar e firmar nossos passos, construir sonhos juntos, parar de acampar em colinas estranhas e estabelecer residência, e quem não quer isso não precisa ficar tentando “converter” os demais.
(Texto escrito dia 28/março/2014)