segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Viver nas Entrelinhas

Em um dos meus momentos mais sombrios ano passado, escrevi esse texto em uma página da minha agenda de 2012.  Lembro que estava decidido a realmente me aceitar do jeito que sou, mas havia outros fatores que envolviam não só a minha vida, mas de outros que amava muito. Lembro que mesmo já estando distante do Novo Altar e do ministério de louvor da igreja, ficava imaginando como seria o futuro deles com essa minha atitude. Pensei também como deixar uma menina horrível/incrível (rsrsrs), que me ajudou e esteve do meu lado em momentos decisivos da minha vida. Pensei na minha família, no meu pai, na minha mãe e na minha avó. Garanto a você que não foi fácil esses momentos e esse texto reflete um pouco do que se passava na minha mente naquela época.

"17 de janeiro de 2012
João Pessoa - PB

Viver nas Entrelinhas.

A vida ficcional parece ser tão simples, tão prática e tão feliz. Dizem que a arte é um retrato do que a vida poderia ser. Porém, se eu me permitir poderei viver a arte. Não são só contos de fadas, histórias e mundos distantes da nossa realidade. Há algo significativo  em cada cena, em cada close, em cada gesto de coadjuvante.
'Eu posso e sou o ator principal da minha vida. Eu mesmo escrevo cada cena, escolho cada palavra, planejo cada olhar e tomo minhas decisões'. O grande problema é que em certos momentos você se encontra com duas vertentes de gêneros em sua frente. É aquele ponto que você precisa saber o que vai fazer com o seu personagem. Levá-lo ao drama, ou à comédia. São dois roteiros totalmente complexos e divergentes onde cada passo dado a um, anula o outro. Porém, um não pode viver sem ser parte do outro.
Complicado? Você não viu nada ainda.
A música está parada. Cada gesto está simplesmente congelado. O frio toma o estômago. A cena do desfecho para o próximo capítulo se prolonga num êxtase irreversível. O que fazer? Coragem não se tem para tomar a decisão. Para as duas situações há perca e o protagonista ainda não está preparado para isso.
'- E se adaptássemos o roteiro?'
'- Há um modo de convergência?'
Talvez sim, mas seria como um copo meio d'água. 
'- Mas, quem disse que não seria assim nos dois lados também?'
Se para cada escolha há perca, então nunca será 100%. Cabe a você decidir o que vai doer menos porque viver nas entrelinhas não é bom nem para o autor, nem para o ator, muito menos para o coadjuvante dessa história."


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